Meto os fones, a música no máximo
e olho para o pc, já escrevi uma data de frases soltas, sem qualquer sentido,
mas apaguei-as todas, não por não ter sentido apenas por ter medo do que ela me
provam. Gosto de escrever, sinto-me me livre ao faze-lo, sinto que nada mais
existe para além de mim mas tenho medo de o fazer, medo de ficar sozinha com os
meus pensamentos.
Passou um ano e viu o a passar a
correr, olho para trás e vejo a pessoa que fui e o que sou, vejo todos aqueles
que perdi e ganhei, vejo todas as quedas e todas as mãos estendidas para me
erguerem. Mas...o que mais vejo são feridas que são constantemente abertas,
cada umas mais dolorosa que a outra, cada uma com o seu significado e todas
elas por sarar. Vejo isso, vejo que por mais que tentem e tome conta de mim não
é suficiente para me tratar e ficar bem.
Eu era uma pessoa tão amável,
sempre a rir e disposta ajudar todos aqueles que eu pudesse e hoje? Hoje,
tornei me numa pessoa fria, que prefere esconder de todo os seus sentimentos
para que ninguém brinque com eles, para que ninguém se aproveite e me magoe. E isso?
É o que me custa mais.
Hoje em dia o meu olhar é frio,
distante e vazio. O meu coração? Esse continua caloroso mas partido as pedaços.
E com ele tudo aquilo que eu idealizava de bom.
Fecho os olhos e sou invadida por
uma ansiedade brutal, revejo tudo o que se passou, imagens, frases, sons,
expressões, momentos...passam-me pela cabeça, deixando a saudade apoderar-se de
tudo dentro de mim.
4,6,18,28,16,5,12,9,7...dias,
dias que passaram e que não voltam. Pessoas, que magoaram e magoei. A vida é
macabra, injusta por vezes. Os sentimentos traiçoeiros. Os pensamentos
aterradores...
Não tenho medo do que fui nem do
que sou, mas também não tenho orgulho, tenho apenas medo do que serei.
Recomeçar? Sim, mas quando? Esquecer?
Sim, mas como? Gostava de gritar a todo o mundo o que sinto mas nem eu sei
lidar com isto quanto mais explicar.
“ser ou não ser eis a eterna batalha quando alguém
nos falha o coração só atrapalha”
Boss
AC
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